segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Um viva aos

Macacos Mórbidos

Macacos mórbidos ficam entediados

Macacos mórbidos acham que sabem o que são

Macacos mórbidos acham que entende o que as coisas são

Macacos mórbidos acham que controlam a vida

E acham que controlam o mundo

E então, eles evoluem e resolvem melhorá-lo (o mundo),

E criam as máquinas, a energia, as cidades, a civilização, a poluição, enfim destroem mais que qualquer outra coisa, e pensam estar tudo bem porque são racionais, naturalmente racionais, iguais ao que os seus antepassados nunca foram, então eles continuam pensando que podem concertar o erro, mas continuam a fazer tudo da mesma forma, consomem a terra como se esta servisse meramente como fonte para todos os desejos humanos.

E fazem dela matéria prima para satisfazer suas... Necessidades? Fetiches? Bem, fazem dela matéria prima para satisfazer suas necessidades de fetiche.

Mas está tudo bem seguir devorando tudo a sua frente, está tudo bem seguir em direção ao suicido. Será esse o melhor caminha para os macacos mórbidos? O suicídio?

Se não é o melhor para eles como um todo, faz-se necessário um fim, ao menos, à sociedade, ao modo moderno de vida destes macacos espertos, ou seja, um suicídio do macaco moderno – dos tempos modernos –, do ente impróprio de si. Urge tal assassinato, e quem sabe do cadáver deste posso erguer-se o corpo do novo ser-no-mundo, sendo e vendo-se como parte dele, ou melhor, não como uma parte nele, mas como ele sendo numa relação com o mundo nem mais nem menos, nem longe nem perto, nem superior ou inferior, nem a serviço de nem mesmo no comando, mas sim, num gracioso balé pelo produzir-se aí, com a coragem de se por nos risco, sem buscar suplantá-los movido pela temeridade ou temor, sem criar subterfúgios para pôr-se-aí, sem usar-se de uma técnica voraz para sub-existir como peça de uma maquinaria, erigida por armação quantificadora, esvaziadora de possibilidades de ser.

Por fim, macacos mórbidos, que fazem questão de pôr-se do lado de quem exorcizou a loucura-criadora de si.

Por fim, seres agonizantes no abismo do ser, que se faça a escuridão de si, para fazer salvar em seu âmago o pouco de brilho, assim, permitir verter o devir das possibilidades de um novo “eu”.

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